Optar por uma carreira profissional pode ser uma das escolhas mais angustiantes da vida, principalmente para quem é “obrigado” a viver esta definição pela primeira vez.
Como diz Yvette Piha Llehman, coordenadora do Serviço de Orientação Profissional do Instituto de Psicologia da USP (universidade de São Paulo), escolher é difícil, é conflitante, envolve riscos e não tem nada a ver com maturidade ou imaturidade. “É a hora de crescer, de se responsabilizar pela primeira decisão importante da vida. Passar para a vida adulta, buscar uma identidade social, escolher uma profissão é como nascer de novo . E toda novidade dá medo e envolve angústias”, esclarece a psicóloga.
A decisão é do estudante
Portanto, não há nada a fazer senão encarar os fatos. Com mais ou menos ansiedade, o que importa mesmo é ter consciência de que esta possibilidade de escolha corresponde a um momento novo e que pertence muito mais a quem escolhe do que a qualquer outra variável influente neste processo. “Não adianta considerar apenas as expectativas externas. O mercado, a sobrevivência, o status ou o que os pais gostariam que os filhos fossem. Uma escolha sem afeto e sem sentido não é feita em defesa da profissão. O ponto central deve ser o gosto por determinada carreira, a satisfação, o respeito e o orgulho que virá das conquistas dessa escolha. Só sobrevive bem o profissional que gosta daquilo que faz”, alerta a coordenadora.
Mas em meio a tantas pressões (social, familiar, a aprovação no vestibular, realização pessoal versus mercado de trabalho) características desta fase, algumas dicas práticas e menos filosóficas certamente são valiosas. Segundo Silvio Bock, orientador vocacional e vice-presidente da Abop (Associação Brasileira de Orientação Vocacional), três grandes aspectos devem ser refletidos e ponderados neste momento:
•o conhecimento das profissões, através da busca de informações em sites, conselhos profissionais, guias de carreiras, conversas com profissionais visando uma abordagem mais aprofundada,
•a auto-reflexão, baseando-se na própria personalidade,
•a reflexão sobre o que anda acontecendo no mercado de trabalho, questionar profissões em alta, em baixa, estatísticas,conhecer o cenário do país em que se dará essa profissionalização.
Mas em um ponto, psicólogos, orientadores profissionais, consultores de carreira e professores concordam: a escolha profissional, principalmente hoje, é mais um ponto de partida do que uma definição para a vida toda. Uma ressalva, no entanto, é essencial para que o comprometimento não se perca e a importância da escolha seja diminuída: o sucesso ou frustração dependem do esforço, do trabalho, da realização, da responsabilidade sobre a escolha feita. “O mundo adulto pode ser monótono, complicado, competitivo. Ou seja, está cheio de dificuldades que precisam ser enfrentadas como parte fundamental do crescimento”, alerta o orientador profissional Silvio Bock.
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